Compartilho este precioso depoimento de uma Profª Waldorf que no exercício diário de sua profissão é capaz de perceber a necessidade de renovação da prática pedagógica e da dinâmica do organismo escolar. Um olhar que merece atenção, reflexão e ação transformadora. Que não nos falte a coragem jamais.
Abraço fraterno
Ana Lúcia Machado
"Vejo a resenha do Dr. Valdemar Setzer como o primeiro passo de muitos que ainda vão acontecer no caminho de Clarear. Um movimento que pode vir a ser muito saudável, dependendo apenas de nós mesmos.
Temos que desconfiar de tudo onde há muita Simpatia ou Antipatia, temos que exercitar o pensar polar. Esses foram um dos meus primeiros ensinamentos na antroposofia.
Foram muito duras as colocações sobre o prefácio de Ruy César do Espírito Santo. Entendo que a mesma critica que se fez a ele; a falta de conhecimento suficiente da obra de Steiner; pode-se fazer de quem o fez sobre o próprio Ruy.
Meu encontro com o professor Ruy se deu no meu primeiro ano de faculdade de pedagogia, na Puc-sp. Ele continua sendo meu professor desde então, mesmo eu tendo graduado há alguns anos.
Não poderia eu aqui passar o Currículo lates do professor, mas posso falar algumas poucas coisas que sei. Ruy foi pai e avô Waldorf, tem hoje uma ou duas filhas atuantes na PW. É um grande semeador, e leva a PW em suas aulas, ele mostra a existência desta pedagogia para muitos futuros educadores, como uma possibilidade de se fazer melhor, de se fazer diferente, uma possibilidade de olhar o Ser Humano em nós e no outro, e mudar o mundo em que vivemos, de se fazer uma sociedade e uma pedagogia mais humana. Muitos destes futuros pedagogos despertam, procuram o seminário e se tornam professores Waldorf.
O conhecimento de Ruy é vasto, passando por muitos pensadores, e o mais lindo é a propriedade que ele tem da essência do Ser Humano. Ele não é, e nunca quis ser intitulado como grande conhecedor da pedagogia Waldorf ou da obra de Steiner, ele é um estudioso e um semeador do autoconhecimento, do despertar de consciência do Ser Humano. Ele leva isso com ele aonde ele vai, não se limitando a grupos, classes ou segmentos.
Certa vez fui ao encontro do professor Ruy, e pude com ele desabafar e contar o que estava acontecendo comigo, recém professora Waldorf. Neste dia ele me contou de Ana Lúcia, e me emprestou o “rascunho” do livro. Lembro-me de observarmos juntos, que mesmo dentro de um ambiente tão especial como o da PW, as pessoas estão dormentes.
Levei a apostila de Clarear para casa, e comecei a ler. Mesmo não conhecendo Ana, ou qualquer outro autor dos casos, tive a incrível sensação de ter vivenciado, presenciado ou escutado histórias semelhantes. Isso me deu a certeza de que esse era um livro para ler em nossas reuniões pedagógicas, e que a escola poderia crescer muito com ele.
Foi aí que entrei em contato com a Ana, que me recebeu com muito carinho. Nesta fase o livro ainda não estava editado, e a Ana ainda procurava quem pudesse fazer a introdução, a apresentação do livro. Ela estava procurando por quem pudesse ir além disso, orientar, direcionar o seu trabalho. Ela foi atrás de seus professores de formação, foi atrás de nomes respeitados por todos nós, e ninguém abriu o espaço que fosse para a discussão do tema. Os poucos feed backs que teve eram “entendo, vejo a questão, mas não quero me envolver”. E ninguém acolheu, ou viu a oportunidade de trabalhar as questões levantadas.
Uma pena não ter sido feito o contato com o Dr. Setzer, quem sabe essas questões não teriam tido outros encontros.
Como se pode debater essas questões se não há espaço para isso? Eu não sei dizer ao certo quantos anos demorou para Ana conseguir enfim editar o livro, mas foi bastante tempo. Tempo suficiente para haver manifestações de todos que entraram em contato com o livro.
Ruy César, interessado neste despertar viu, acredito eu, não uma situação isolada da PW, mas um problema da humanidade. Atualmente todas as escolas tem problemas, a educação em si é um caos, há muitos problemas nestas relações aluno /família /professor/ escola/ sociedade. Quantas pessoas poderiam ser despertadas com estes casos? Quantos professores poderão olhar para si mesmos e se identificar? Quantos orientadores, diretores de escola? Quantos pais podem perceber que podem sim fazer diferente? Ou simplesmente perceber que há lados diferentes nas questões, que podem perceber o outro?
Uma das perguntas que Ruy nos incentivaria a fazer é: Qual o sentindo disto? Cabe a cada um de nós se afastar das particularidades e tentar ver o todo.
Qual o sentido do livro Clarear?
Quais são as possibilidades que ele nos traz?
Depois disto, podemos voltar e ver as particularidades. É um exercício constante, e que do Dr. Setzer começou com sua resenha, já clareando e atingindo o objetivo do livro. Só obscurece àqueles que fecharem seus olhos.
É momento de não termos verdades aniquilantes, mas sim de olhar o outro, e juntos olharmos à todas as questões, mesmo aquelas que não julguemos pertinentes, pois estas podem ser muito esclarecedoras para outras pessoas. Isso sim é incluir".
Olá a tod@s!
ResponderExcluirPenso que uma professora waldorf que compreendeu o que estudou na formação deveria, no mínimo, assumir a autoria do comentário.
Parece-me que o blog (felizmente pouco visitado, pelo que vejo!) insiste em obscurecer ao invés de clarear...
Que os arautos da PW nos socorram!
Anderson Paulino de Souza
Esta professora é professora de classe? Ensino Fundamental? Médio? Infantil?
ResponderExcluirEsta professora é uma Jardineira, que não se identificou para não expor a escola e as famílias.
ResponderExcluirabç
Ana Lúcia
Olá a todos,
ResponderExcluirDesculpem, mas devo novamente insistir que o que a Ana Lúcia denominou de
"Resenha de Clarear por Valdemar Setzer:
Pontos positivos
..."
NÃO É A MINHA RESENHA, e sim os itens finais dela, inclusive com a sua numeração retirada. Já que, apesar de eu ter chamado a atenção para essa falha, ela não a corrigiu em seu blog, peço a todos que gostariam de fazer algum comentário sobre minha resenha que a leiam na íntegra, em
http://www.sab.org.br/pedag-wal/artigos/resenha-clarear.htm
pois os últimos itens, que estão neste blog, são consequência dos anteriores.
Aliás, seria interessante também olhar os muitos artigos meus que estão no site da Sociedade Antroposófica,
http://www.sab.org.br
e em meu próprio site,
http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/
aaaaaaaaaaaaa, VWS.
Puxa.. Eu gostaria muito de trocar sobre quais as contribuições práticas que podemos sugerir para um aprimoramento da Educação de nossas crianças, para o aprimoramento das escolas em que confiamos nossos filhos e para o aprimoramento das pedagogias.. afinal, o tempo não pára, tudo deve evoluir, se adaptar ou transformar-se. Onde está Sandra Seabra com suas interessantes sugestões? Onde estão todas as outras pessoas interessadas na renovação da prática pedagógica Waldorf, na construção de uma educação cada vez melhor?
ResponderExcluirMeus caros, a educação é a base para esse novo mundo que todos estamos a desejar.. Aos meus olhos o primeiro passo é vencer o medo (seja ele de errar, de se expor, ou qualquer outro medo)- O medo paralisa; Outro passo é vencer a preguiça, pois esperar que o outro faça o que você gostaria de fazer e não o faz é uma posição cômoda, porém que lhe tolhe a liberdade e o direito de criticar qualquer coisa que outros fizerem, mostra um perfil de quem não assume a responsabilidade por seus atos tal qual uma criança pequena. E por terceiro passo é fundamental deixar a vaidade intelectual e espiritual de lado, pois isso pode estar cegando a visão do nosso tamanho ínfimo de aprendiz.. Se "pensar" fosse suficiente o mundo não estaria como está.. Começo a crer que precisamos mais do que reflexões, críticas, aplausos ou pensamentos, precisamos de "Consciência", e esse atributo em nós só é conseguido em seus níveis mais elevados com intenção verdadeira e humildade. Ao contrário, meus caros, nem decorando toda a obra do precioso Steiner chegaremos a lugar algum, ou melhor, chegaremos sim, ao topo da ilusão.
Amigos.. publicar como "anônimo" é uma possibilidade melhor do que deixar de se manifestar.
Conforme li num artigo de Maori Mojave, um estudante ouviu de seu Instrutor: - quem se ajoelha eleva-se, é renunciando que se ganha.
Atenciosamente.
Olá a todos!
ResponderExcluirMeu filho integra o Jardim de uma escola Waldorf há 3 anos e estou encantada com esta pedagogia.
Ano que vem ele estará no primeiro ano do ensino fundamental e estou segura em mantê-lo em uma escola Waldorf.
Participo de um grupo de estudos de mães Waldorf e quando li “A Pedagogia Waldorf” de Rudolf Lanz pensei: “Oh Céus! É a escola que eu gostaria de ter cursado!”
Apesar do meu grande interesse e admiração, nesses poucos anos já percebi que a prática da PW pode esbarrar em falhas humanas que NÃO SÃO MAIORES DO QUE EM ESCOLAS NÃO-WALDORF, mas que são mais frustrantes porque ESPERAMOS MAIS de uma escola Waldorf .
A imagem que tenho em mente é: ao escolherem uma escola normal os pais MATRICULAM seus filhos em uma escola, e, ao escolherem uma escola Waldorf os pais ENTREGAM seus filhos à escola.
Não por lavarem as mãos e deixarem a educação da criança apenas a cargo da escola, mas por decidirem “nadar contra a maré” e investirem a educação formal de seus filhos a uma instituição que tem características diversas da maioria, que segue um currículo próprio sob muitos aspectos e que promete respeito à individualidade da criança e o ensino como forma de terapia.
Matrícula X Entrega - é uma grande diferença, que gera diferentes expectativas.
Então, não acredito em “forças adversas” como mencionou o professor Setzer, mas acredito em grandes frustrações decorrentes de grandes expectativas.
Por outro lado entendo o professor Setzer quando constata o cruel e difícil caminho da Antroposofia e da PW ao escrever que “nas iniciativas antroposóficas, não se pode permitir nada mal feito...”
Isso me parece um fato.
Mas somos todos humanos, INCLUSIVE OS PRATICANTES DA ANTROPOSOFIA E DA PEDAGOGIA WALDORF, então como negar a possibilidade de erros??????
Bem... minha humilde sugestão é: se a PW é um remédio aplicado dia-a-dia pelo professor (que é a figura-chave desta Pedagogia) e o professor é humano, não há como simplesmente dotá-lo de tanta autonomia, como se passível de erros não fosse – como se humano não fosse.
Temos que aprimorar (ou desenvolver) mecanismos de controle real do professor , priorizando o aluno e a proposta pedagógica e não o corporativismo.
Pais devem ter um canal muitas vezes sigiloso para que alguém de fora do conflito investigue um pouco do problema e saiba reunir as partes conduzindo-as a uma solução e não fazendo “acareações” que podem resultar em respingos no tratamento dado ao aluno em sala de aula.
Um dos debatedores (ou terá sido a autora de Clarear?) mencionou a necessidade de um aprimoramento geral da humanidade antes de dotar o professor de tanta autonomia. Eu concordo. Não chegamos lá ainda....
Quando meu filho entrou na Pedagogia Waldorf eu me apaixonei pela escola e pensei em ser Jardineira. Na verdade me imaginei sendo uma maravilhosa professora Waldorf. Hoje, depois de alguma auto-educação/reflexão, percebo tantas falhas em mim que não ousaria assumir uma classe. Tive uma educação muito firme e não entendo a “soltura” com que as crianças são criadas hoje em dia e, se pretendo ser uma professora Waldorf, preciso entender e trabalhar com a criança que existe hoje em sala de aula e não com o que eu imagino que deva ser uma criança em sala de aula.
(continua...)
Caras Egle e Lindaura,
ResponderExcluirInfelizmente estou numa semana bem ocupada. Boa parte do que mencionou Egle eu compactuo. Se eu tivesse depositado menos expectativas, eu teria percebido antes as dificuldades das minhas filhas na EW. Vivendo e, amém, aprendendo! Um forte abraço a todos.
Outra questão importante:
ResponderExcluirTendo em vista as falhas a que nós humanos estamos sujeitos, me parece que ter um mesmo professor de classe por oito anos deva ser um projeto mais ligado ao futuro (com seres humanos mais auto-conscientes e auto-críticos) do que ao presente (salvo honrosas exceções)...
Já vi escolas W dando ao professor a possibilidade de seguir com a turma só até o 4º ano. Ou seja, o professor tem a oportunidade de auto-avaliar sua determinação em continuar.
É saudável para o professor. É saudável para a turma.
Quanto às críticas e elogios direcionados ao livro Clarear, gostaria de deixar também minhas humildes impressões.
O livro Clarear me ajudou. E me ajudou em diversos sentidos:
1º) vi que alguns dos meus receios sobre a prática da PW podem de fato ocorrer, e que não sou uma lunática procurando “chifres em cabeça de cavalo”. A PW é praticada por pessoas e, portanto, está sujeita a falhas. Então vamos tratar de diminuir as fendas através das quais tais falhas podem ocorrer??????
2º) me deu informações preciosas para que eu fique atenta e não deixe meu filho ter sua educação Waldorf prejudicada pelo erro de uma professora e/ou de um tutor. Eu quero muito que meus filhos desfrutem da PW!!!!!!!!!!! E agora tenho mais instrumentos e força para agir em caráter preventivo.
3º) em meus receios, eu achava que uma professora muito experiente na PW seria a melhor opção para que erros do professor fossem evitados e com isso eu enfrentava um grande problema: as duas escolas Waldorf onde posso matricular meu filho terão em 2012 professoras jovens e pouco experientes assumindo o 1º ano do fundamental. Ao ler Clarear percebi que talvez a motivação, a garra e o idealismo dos jovens seja melhor do que uma grande experiência desgastada pelo cansaço, falta de motivação e intolerância. Ou seja: estou convencida de que as jovens professoras - que são minha única opção, não devem me desanimar em manter meu filho numa EW, pelo contrário!!!!!!
Por outro lado, apesar de Clarear ter sido um livro positivo na minha relação com a PW (pois me municiou de informações para que eu saiba separar o bom do mau na prática da PW e assim sentir-me segura em continuar abraçando-a), concordo que:
1º) um trabalho que pretende “clarear” deveria sim fazer uma introdução sobre o que é a PW, pois sem meus filtros pessoais, advindos de meus estudos, eu teria ficado muito mal impressionada com a PW ao ler o livro - tanto assim que quando meu marido quis folhear o livro eu pedi que não o fizesse pois ele teria uma má impressão da PW num momento fundamental: a matrícula de nosso filho numa EW para cursar o fundamental;
2º) um trabalho que pretende “clarear” deveria sim mencionar alguns casos de sucesso da PW a fim de tirar o caráter de desabafo pessoal do trabalho e dar-lhe um caráter mais científico....
3º) um trabalho que pretende “clarear” deveria utilizar um título mais preciso, algo que deixasse clara a intenção de apresentar “casos equivocados de aplicação da Pedagogia Waldorf – um desserviço à Obra de Rudolf Steiner” e não um título que questione a PW em si, afinal, pelo que entendi do livro, a autora e outras depoentes são admiradoras da PW e/ou da Antroposofia.
Espero que a discussão sobre a melhora da prática Waldorf continue neste espaço. Isso me interessa muito.
Não conheço nenhum de vocês, mas pelo que li percebi que muito do que foi escrito no livro e no blog incomodou uns e outros. Ou melhor, ofendeu aos princípios e estudos de uns e de outros.
Os sentimentos advindos de tais ofensas são legítimos, mas, pelo bem geral, peço que façamos um exercício de perdoar as ofensas e de focarmos em idéias para a que a PW seja melhor praticada por todos.
Com esperanças de uma discussão frutífera,
E humildemente (pois não tenho títulos nem grandes experiências em PW nem em Antroposofia, sou apenas uma mãe em busca do melhor para seus filhos),
Egle M. T. Grecchi
Egle.. fiquei todo esse tempo esperando alguém ao menos responder o seu esforço sincero demonstrado em seu email.. o que não aconteceu até agora. - Que pena!
ResponderExcluir- Para mim, isso demonstra que não há força suficiente para vencer os obstáculos, pois não podemos culpar ninguém pelo cansaço que sentimos, ou pelo mêdo infantil que ainda carregamos quando ouvimos alguém gritar ou repreender, nem tampouco podemos culpar alguém pela ingenuidade espiritual que nos cega por não perceber que o pequeno tem a necessidade de se fazer grande só para não ser reconhecido...
Nada melhor que o TEMPO para CLAREAR todas as coisas..
Peço à todos apenas que relembrem que a luz existe para iluminar as trevas e não para se deixar apagar por ela.
Com um carinho muito especial, me despeço aqui, na expectativa de um até breve.
tenho filhos em escola waldorf e realmente a ilusão é muito grande,existe medo dos pais quanto a fazer criticas ou sugestões a escolaque estou e totalmente contra a participaçãodos pais e qdo se tenta fazer algo são cortados ; eposso dizer que é uma escola que tem uma projeção bem grande no MEIO PW vcs não fazem ideis dos absurdos que ocorrem
ResponderExcluirOlá, sou professora Waldorf, de Ensino Médio e o Professor Ruy foi meu professor na PUC, grande acadêmico,grande amigo,mas acima de tudo,grande ser humano...Encontrei este post aqui,mas não ficou muito claro pra mim do que se trata, porém,posso afirmar que respeito e sempre respeitarei o professor Ruy e que precisamos cuidar para que não nos deixemos levar pela dita "ortodoxia" na Pedagogia Waldorf.
ResponderExcluirO Profº Ruy leu seu comentário e se emocionou. Realmente ele é um ser humano excepcional. Agradeço por suas palavras e te convido a compartilhar suas experiências e conhecimento sobre a educação Waldorf aqui neste espaço. abraço
ResponderExcluirEstava aqui procurando auxílio do Google, procurando "Jardineira Waldorf", pois sou educadora há 12 anos e embora tenha lido sobre a PW e esteja atuando na Rede Germinar de Transformação Social desde 2011, pesquisando sobre Antroposofia, ainda não tive oportunidade de estudar profundamente e de vivenciar a PW. Estive imersa e contagiada pela Educação Democrática e principalmente me encanto com práticas que consideram o ser humano de forma integral, integrada e que oferecem um leque de possibilidades de desenvolvimento ao ser em formação.
ResponderExcluirAcontece que há duas semanas me convidaram para assumir um jardim Waldorf (pais que criaram a escola e agora estão de mudança repentina para a Bahia)...Apesar de observar a dinâmica de escolas Waldorf e me propôr a fazer a formação ainda esse ano, terei que iniciar daqui a dez dias, então estou buscando me instrumentalizar o máximo que eu puder para entrar nesse universo de maneira mais consciente.
Penso e sinto que a prática da minha vida foi Waldorf, mesmo sem ter uma formação: Nasci em 1982 num sítio, a luz de velas num parto normal, comíamos somente o que plantávamos e comprávamos somente o sal e rapadura. Fazíamos nossas próprias roupas e brinquedos, nossas principais brincadeiras aconteceram no meio da floresta e as atividades eram guiadas de acordo com a época do ano. Não tínhamos luz elétrica e portante vivemos sem televisão ou rádio, a arte sempre esteve presente em forma de desenhos, pinturas, músicas tocadas, teatro de bonecos feitos com cabaça.
O que me faz escrever aqui é que quem refletiu e "tirou de dentro" essa educadora em constante formação, que sou eu, foi o professor Ruy César do Espírito Santo, na PUC de SP no ano de 2003. E como vi o nome dele aqui várias vezes, quis aqui deixar uma mensagem, pois ele foi a pessoa que abriu meus olhos para o mundo que é possível e me fez ver que existem mais de nós espalhados por aí, que as ideias que eu já tinha antes de iniciar o curso de Pedagogia, já estão acontecendo no mundo, transformando cada ser.
Abraços
Lótus Reuben
Que lindo depoimento! Viajei na sua poética infância! Vou passar seu texto para o Profº Ruy. Gostaria de manter contato com você, se puder me enviar um email, este é meu endereço analucianaturalarte@yahoo.com.br Forte abraço
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