A cidade amanheceu mais suja hoje. Rastros de incivilidade podiam ser vistos pelas ruas, calçadas, nas esquinas, em muros. Lixo espalhado por vários quarteirões, expunha a vergonha de uma sociedade sem educação. Muitos papéis jogados no chão, garrafas de água e copos plásticos abandonadas nas muretas, como se as mesmas fossem depósitos de lixo.
Este foi o retrato que vi logo cedo ao sair de casa. Retrato que me chocou, que me causou indignação. Esta foi a condição que ficaram as imediações das instituições escolares onde aconteceu o ENEM neste final de semana. Uma comprovação de falta total de consciência ecológica.
Se esta nova geração tem agido assim, que esperança poderemos alimentar em relação ao nosso futuro?
Estamos anos luz distantes de culturas mais evoluídas como a do Japão por exemplo.
A única possibilidade de transformação dessa triste realidade está exatamente na Educação, na Educação que vem de berço e na oferecida pelas escolas. Cabe aqui refletir: estamos educando para a vida ou para exames, testes, etc? O papel da escola atual foi reduzido a preparação para avaliações? E a formação de seres humanos para a vida, como fica?
Só uma coisa a dizer: todos foram reprovados pela escola da vida nessa avaliação.
Abraço fraterno
Ana Lúcia Machado
Clarear é uma proposta de reflexão e renovação da prática da pedagogia Waldorf. Relata a história de crianças que estudaram em escolas Waldorf e traz por meio de críticas e perguntas dos pais Waldorf a possibilidade de aprimoramento da prática pedagógica. Clarear convida pais, educadores, escolas para um grande balanço e revisão, para a construção de uma escola melhor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ontem fomos fazer um cadastro das crianças de uma comunidade carente aqui da zona oeste (Favela de São Domingos) para o papai Noel de 2011... A maioria delas vivem na beira de um esgoto fétido empilhadas em casas minúsculas de taboa... Então me vem uma questão: Como assimilarem a questão de cuidar da higiene do mundo se em suas casas, ao nascer, convivem com o lixo e ratos todos os dias?
ResponderExcluirÉ uma sociedade muito injusta que gera tanta agressividade que se reflete nas ruas, no cuidado com o mundo. Precisamos tratar estas crianças... São as pessoas mais recicladoras do planeta, vivem dos restos dos outros e vendem papelão, catam latinhas, usam roupas e móveis doados, etc. São centenas de crianças aqui na favela São Domingos. Além do esgoto que percorre toda a comunidade ainda temos nos arredores vários barezinhos com funk tocado às alturas e ponto de venda de drogas aqui e ali... São crianças lindas, famílias sobrevivendo e lutando para salvar seus filhos. Buscam as religiões que por vezes da li vem uma cesta que mal dá pra garantir o sustento no mês, diaristas sem maridos. Uns se apoiando em outros numa troca solidária em que a pobreza e a necessidade gera sensibilidade e amizade.
ResponderExcluirAna, na sexta-feia passada 25.11.2011)fotografei no meu celular um fenômeno que se repete nos últimos 3 anos,pelo menos, que me faz pensar sem ter ainda uma explicação para mim. Os alunos da escola onde leciono, "Represa Billings", rasgam suas "apostilas" cedidas pelo Estado. Pergunto se é um ato de vandalismo, ou um grito de protesto, pois a força do "pensar" é muito evidente, deixando o "fazer" em segundo plano, além da linguagem fora dos padrões deles, pois, mal sabem ler e interpretar. Protesto, ou vandalismo?
ResponderExcluir