quinta-feira, 3 de março de 2011

Reflexões sobre a palestra de Christopher Clouder

Quero expressar minha intenção ao postar logo no início deste blog a palestra do prof° Clouder. Após ter finalizado “Clarear”, encontrei-a no site da FEWB. Já na primeira leitura fui impactada e fiquei admirada ante a similaridade existente entre as idéias ali expostas e o conteúdo de “Clarear”.

Ao término da palestra, o prof° Clouder coloca que: “o mundo clama por novos caminhos e o grande desafio é trabalharmos juntos, com os diversos grupos”. As histórias relatadas em “Clarear” são um clamor por renovação e pela abertura para a troca com o mundo.

Bebi entusiasmaticamente cada palavra e idéia de Clouder, pois compreendo a urgência na leitura correta desta criança que se apresenta ao mundo nos dias de hoje.

Nas palavras do prof° Clouder, “temos que virar do avesso a aprendizagem através da experimentação do que o mundo está fazendo”. Ele cita como exemplo o trabalho de jovens de uma turma de 9° ano com a produção de um filme. Em uma entrevista à Folha Online em julho de 2010, ele diz que em outros países as escolas Waldorf já estão introduzindo o computador no ensino fundamental.

É certo que a flexibilidade está sendo uma qualidade muito desejada na prática pedagógica atual. Apesar da Pedagogia Waldorf propor um modelo diferenciado de escola, não está imune ao risco de cair na mesmice. Não devemos insistir em práticas que já se esgotaram em si mesmas e que aos olhos da criança já não tem sentido.

O caminho que se abre diante de nós para nos reinventarmos e darmos início a uma nova jornada é o do autoconhecimento e autoeducação. Clouder cita para minha surpresa e alegria, um de nossos maiores educadores, Paulo Freire, dizendo que somos seres inacabados, seres em transformação.

Pessoas que participaram do encontro com Clouder, contam que em sua passagem por São Paulo, ele visitou a Escola Casa Redonda, uma escola referência para aqueles que buscam um novo modelo de educação, que fica em Carapicuíba, fundada a 25 anos pela pedagoga Maria Amélia Pereira. Esta abertura para a troca com outras abordagens pedagógicas é fundamental rumo à busca de novas possibilidades, tão almejadas por nossas crianças.

Abraço,
Ana Lúcia Machado

3 comentários:

  1. Não havia comentado, mas já havia lido o post - que havia me tocado muito porque tive a oportunidade de ser o tradutor de Christopher Clouder na palestra de abertura do Congresso de Educação Infantil, e havia me impressionado muitíssimo - sobretudo seu amplo recurso à concepção de diálogo de Paulo Freire.

    Aliás, se é a palestra que você se refere é essa mesma, me pergunto de onde saiu o texto que está postado... se de uma versão escrita por ele ou de uma transcrição de gravação, né? rsrs

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  2. Comentário de Wesley Aragão: Li a reflexão que voce me enviou Ana Lucia. Acredito que a educação seja um fator de aprimoramento de potenciais humanos inatos, ou não, referentes ao melhor do homem (tanto individual como coletivamente), e, justamente por isto, trata-se de uma arte. E, como tal, não pode ser rigidamente formulada, mas constantemente reformulada, constantemente reavaliada, constantemente recontextualizada - como todas as artes são, dinâmicas, vivas, orgânicas, mutáveis, em constante processo de readaptação e metamorfose. Por isto já dizia Heráclito de Éfeso, "tudo flui"....eu completaria, "ou morre".

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