quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Onde está a liberdade?

Na semana passada estive na Editora Antroposófica apresentando o livro CLAREAR. Com o objetivo de ampliar os canais de distribuição dessa publicação, propus a disponibilização para venda na Livraria Antroposófica e deixei um exemplar para avaliação.

Hoje, mais de uma semana depois, fui comunicada que o livro não foi aceito para comercialização nesse local.

Quero manifestar meu desapontamento e indignação em relação a esse posicionamento, e deixar uma pergunta para pensarmos: Como fica a LIBERDADE tão apregoada e reverenciada por todos? Não há espaço para críticas construtivas? Só para elogios?

Sou apreciadora dos ditados populares por sua sabedoria e simplicidade,lembram-me muito minha querida avó. Um deles diz: "Esconder a sujeira debaixo do tapete não torna a casa limpa." Essa medida poderá até deixar a casa mais agradável, porém com o tempo a poeira e os ácaros tomarão conta do ambiente e comprometerão a saúde de seus moradores.

Que cada um faça suas reflexões a respeito.

6 comentários:

  1. Ana!!! Por mais indignada que vc esteja, não é possível que isso te surpreenda!
    Triste não???
    MAs eles não te deram uma justificativa???
    bj
    Paloma

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  2. De fato essa recusa não me surpreendeu, mas isso não anula minha indignação. E a indignação, e o direito de expressá-la, é uma capacidade que estamos perdendo enquanto cidadãos, este é um dos motivos que encaminha nossa sociedade para o caos.

    Quero esclarecer que minha meta não é vender livros com objetivo financeiro. Quero sim propagar e multiplicar essa proposta de reflexão para a renovação da prática pedagógica, visando uma escola melhor, visando a saúde de nossas crianças.

    E tenho certeza que uma porta pode se fechar hoje, mas amanhã outras se abrirão.

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  3. Recebi esta mensagem de Diogo Esperante, ex-colega de Seminário:

    Querida Lucia,

    Imagino o seu desapontamento ao ser impedida de vender seu livro. Não importa o que nele havia escrito, polícia do pensamento é algo deplorável em uma editora que se propõe a apresentar à sociedade a antroposofia.

    Salvo engano, lembro de quando você pintou o quadro "Travessia do Guerreiro" durante nossas aulas no Seminário e me recordei com carinho das experiências vividas. Contudo, esta nostalgia me remeteu também a lembranças de todas as pessoas de alma pequena e visão míope que, tão destacadas no metiê Waldorf, não se davam conta da sua pobreza de espirito. Pessoas mesquinhas, totalitárias, intransigentes, recalcadas e sobretudo sem nenhuma humildade.

    Como em todos os cantos do mundo encontrei pessoas boas e "não tão boas" durante minhas caminhadas pelo mundo waldorf, mas de certo notei que, sobretudo a tradição do grupo paulista, hoje mais hegemônico, é demasiadamente desconfiada, demagógica e anti-dialética. Não gostam de rupturas, descontinuidades nem revoluções - ou seja não gostam de nutrir o olhar.

    Leram a cosmovisão de Goethe pela orelha e acreditam que: como tudo esta dado, que a coisa precede o homem e então ela deve à ele se revelar, aceitam o que os "hegemônicos" definem como revelação e pregam a ferro e a fogo verdades prontas a ponto de cometer verdadeiros crimes como alguns fatos que testemunhei quando professor em algumas destas instituições.

    COmo exemplo prático desta moléstia: são incapazes de compreender a questão social. No tempo em que trabalhei na Monte Azul via claramente isso. A Monte Azul era um mundo completamente a parte das elites waldorfianas paulistas. Viviam à margem e por terem se reinventado, criado seus próprios conceitos e revelações, viviam sob um olhar desconfiado, preconceituoso. Como se não fossem capazes (eles: a comunidade) de realmente deslanchar um projeto social com inspiração antroposófica.Realmente não sei como esta hoje. Mas gostaria de ter notícias.

    Não tive a oportunidade de ler seu livro Ana, mas adorei o título: Clarear. Vou compra-lo e espero que você não se desanime em continuar debatendo.

    Se algo aprendi de grandes mestres que nestes anos cruzaram meu caminho (alguns por acaso waldorf) resume-se no que minha sogra estampou genialmente em seu blog pela manhã: "A vida é o que fazemos dela. A viagem são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos".

    Siga clareando a pedagogia waldorf com sua luz, pois muitos que se institucionalizaram em suas escolas, editoras e outras práticas profissionais precisam de muita LUZ para enxergarem para além das trevas em que vivem. Não se deixe abater e parabéns pelo trabalho! Um livro a mais no mundo nunca será demais e o ato de escreve-lo demonstra grande paixão e dedicação de seu autor.

    Abraços e Boa Sorte,

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  4. Gostaria de tê-lo na minha loja.
    www.pulapulabrinquedos.com.br.
    Solange

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  5. Novos canais de distribuição do livro.
    Clarear estará chegando à Bauru. Isso é muito bom!

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  6. Há uma editora de pequeno porte que talvez seja interessante:
    https://clubedeautores.com.br/
    A divulgação ficaria por sua conta (canais e ações).

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